today i'm so afraid...
i'm really afraid...
today I need U...
more than ever...
i need you...
sábado, outubro 20, 2007
sábado, outubro 06, 2007
Insónia V
Enrolei o meu cabelo entre os dedos, vezes e vezes sem fim…
Fechei a porta, sentei-me, baixei a cabeça e chorei a noite toda…
Deixei a televisão ligada…
Hoje não conseguia estar sozinha.
Deitei-me.
Dei infindáveis voltas naquele depressivo leito.
A cheirar a ti.
A minha pele chorava.
A carne doía.
O pensamento gritava.
As horas passaram…
Nem a campainha voltou a tocar..
Nem o telemóvel disse “dorme bem”…
Nem o meu triste rosto foi tocado
Nem acarinhado
Nem embalado…
A televisão gritava mais alto que qualquer martelado pensamento…
Esgoto-me em revolta…
Torturo-me sozinha…
Culpo-me.
Uma
Outra
E
Outra
Vez
…
Mas…
QUERO-TE!
Continuo a querer-te mesmo sendo
triste
injusto
e
desigual…
…
Ponho os fones…
as notas do piano de yann tiersen começam a ecoar no meu cérebro…
esta melancolia acalma-me…
de repente tudo fica mais calmo…
tudo começa a falar baixinho até por fim se calar…
os pensamentos,
a raiva,
a revolta,
a ausência de ti,
a televisão…
é dia.
E finalmente…
vou descansar um pouco.
Fechei a porta, sentei-me, baixei a cabeça e chorei a noite toda…
Deixei a televisão ligada…
Hoje não conseguia estar sozinha.
Deitei-me.
Dei infindáveis voltas naquele depressivo leito.
A cheirar a ti.
A minha pele chorava.
A carne doía.
O pensamento gritava.
As horas passaram…
Nem a campainha voltou a tocar..
Nem o telemóvel disse “dorme bem”…
Nem o meu triste rosto foi tocado
Nem acarinhado
Nem embalado…
A televisão gritava mais alto que qualquer martelado pensamento…
Esgoto-me em revolta…
Torturo-me sozinha…
Culpo-me.
Uma
Outra
E
Outra
Vez
…
Mas…
QUERO-TE!
Continuo a querer-te mesmo sendo
triste
injusto
e
desigual…
…
Ponho os fones…
as notas do piano de yann tiersen começam a ecoar no meu cérebro…
esta melancolia acalma-me…
de repente tudo fica mais calmo…
tudo começa a falar baixinho até por fim se calar…
os pensamentos,
a raiva,
a revolta,
a ausência de ti,
a televisão…
é dia.
E finalmente…
vou descansar um pouco.
domingo, setembro 02, 2007
wish...
this is the first day of my last days
built it up now take it apart
climbed up real high now fall down real far
no need for me to stay
the last thing left i just threw it away
i put my faith in god and my trust in you
now there's nothing more fucked up i could do
wish there was something real wish there was something true
wish there was something real in this world full of you
i'm the one without a soul
i'm the one with this big fucking hole
no new tale to tell
twenty-six years on my way to hell
gotta listen to your big time hard line bad luck fist fuck
don't think you're having all the fun
you know me i hate everyone
i want to but i can't turn back
but i want to but i can't turn back
wish there was something real wish there was something true
wish there was something real in this world full of youthis world full of you
built it up now take it apart
climbed up real high now fall down real far
no need for me to stay
the last thing left i just threw it away
i put my faith in god and my trust in you
now there's nothing more fucked up i could do
wish there was something real wish there was something true
wish there was something real in this world full of you
i'm the one without a soul
i'm the one with this big fucking hole
no new tale to tell
twenty-six years on my way to hell
gotta listen to your big time hard line bad luck fist fuck
don't think you're having all the fun
you know me i hate everyone
i want to but i can't turn back
but i want to but i can't turn back
wish there was something real wish there was something true
wish there was something real in this world full of youthis world full of you
wish, linkinpark
Morro e olho para o lado…
Estúpidos fantoches felizes… de contorcidos sorrisos, disfarçados... Ocultam a corrosão do seu lado mau, desprezível… do seu lado negro e sujo e mutante, animal, horrível…
Morro e observo…
Imóvel a podridão de tudo o que se move à minha volta, e por cima de mim e do meu corpo, e me pisa e não me vê e não sente o cheiro da decomposição da minha carne morta e oca…
Estúpidos fantoches felizes… de contorcidos sorrisos, disfarçados... Ocultam a corrosão do seu lado mau, desprezível… do seu lado negro e sujo e mutante, animal, horrível…
Morro e observo…
Imóvel a podridão de tudo o que se move à minha volta, e por cima de mim e do meu corpo, e me pisa e não me vê e não sente o cheiro da decomposição da minha carne morta e oca…
quinta-feira, agosto 30, 2007
:::descrente...
Chega de me arrastar por ti, de te implorar um pouco de algo… de te pedir que me ames... de implorar carinho... um olhar ou apenas uma palavra... chega!!! Não consigo mais suportar este tortuoso caminho, esta existência de um farrapo velho, roto, usado e sujo! Não consigo suportar mais esta insónia interminável…esta angustia, de não conseguir olhar para o espelho… de chorar lágrimas de sangue quando o enfrento… de me odiar apenas por existir e ser tão incapaz!
Desprezo parece que é tudo a que tenho direito de tudo e de todos… até de mim própria…
Cara auto-estima podre e de fachada… caída, nas pedras calçada… negra... como a minha alma… suja… como o meu interior…usado… como este farrapo humano em que me tornei…
Chega… não consigo mais revolver-me por fora e por dentro… fechar os olhos e ter apenas pensamentos maus … não dormir durante horas e horas e horas… e quando por fim adormeço acordo novamente a chorar... a gritar… com medo de tudo o que me fere, com medo de tudo o que feri… com medo!!
Chega… quero apenas um pouco de paz…
Quero aprender a sorrir… a vencer… a lutar… a ser forte em vez de me estilhaçar com um simples sopro… quero respirar… erguer o olhar e acreditar em algo…
Algo…
Algo…
Algo…
Alguma coisa que não esta solidão… dor… tristeza interminável… algo apenas!
Desprezo parece que é tudo a que tenho direito de tudo e de todos… até de mim própria…
Cara auto-estima podre e de fachada… caída, nas pedras calçada… negra... como a minha alma… suja… como o meu interior…usado… como este farrapo humano em que me tornei…
Chega… não consigo mais revolver-me por fora e por dentro… fechar os olhos e ter apenas pensamentos maus … não dormir durante horas e horas e horas… e quando por fim adormeço acordo novamente a chorar... a gritar… com medo de tudo o que me fere, com medo de tudo o que feri… com medo!!
Chega… quero apenas um pouco de paz…
Quero aprender a sorrir… a vencer… a lutar… a ser forte em vez de me estilhaçar com um simples sopro… quero respirar… erguer o olhar e acreditar em algo…
Algo…
Algo…
Algo…
Alguma coisa que não esta solidão… dor… tristeza interminável… algo apenas!
segunda-feira, agosto 06, 2007
:::Gothic
Há duas noites…
Duas noites passaram continuamente…
Como uma só
Olhos, dois olhos,
Que não dormiram…
Cansaço..
De dois dias vividos de igual modo…
Dores cruas…
Duas, sufocam e torturam como agulhas finas…
Ao espelho,
Os dois eus espreitam-se, frente a frente,
Um… pálido, mórbido e amedrontado ser
O outro… disfarçando olheiras fundas, corpo cansado, pálido, mórbido e amedrontado.
Traço riscos negros, dois,
Nos humedecidos olhos, nos dois,
Acentuo, já que não consigo mais esconder o quão mórbida e morta estou.
Traços negros e grossos marcam e contornam os rasgados olhos…
Pó branco atenua a palidez,
As escavadas e profundas olheiras
Assumo-me então… já que me não posso esconder, desaparecer, adormecer, ou simplesmente não existir…
Saio para a rua e volto…
Por entre silenciosos gritos de pânico,
Sou mais uma vez mutilada por invisíveis fantasmas palpáveis…
E quero tanto dormir…
Há agora já três noites…
Três noites que passaram como uma só..
sexta-feira, agosto 03, 2007
4n0th£r w4y t0 £xpr£ss my p41n
You wake up crying in the night
And you feel this pain inside
You feel so lonely feel so weak
And you have no words to speak
There's no one to hold you tide
Another nightmare in this night
You just want someone beside you
But there's nothing you can do
I will take you by the hand and I show you wonderland
Is this the place where you can hide from the world that makes you cry
There's no darkness there's no light you can see without your eyes
You only feel a warm embrace that will last forever...
You open the window and cry in the night
To the stars so far away
And you hope and pray tonight
For a wonderYou listen to your broken heart
And you understand the words
This is the night of changes
So you spread your wings to fly
Blutengel, letra de "Wonderland"
quarta-feira, junho 27, 2007
::(In)segura-me...
Não sei por onde passas,
Que causas em outras pessoas,
Questiono que talvez não seja apenas em mim que tocas…
Provavelmente não é apenas a mim que queres,
Se é que queres,
Se alguma vez quiseste,
Se ainda vais querer,
Não sei…
Nem sequer isso sei,
Nem essa certeza tenho,
Nem sei como me vês,
Nem o que julgas, pensas, ou sentes,
Ou se nada sentes…
Não sei…
Mas sei…
que todas as noites
este aperto no peito
esta insegurança,
este grito contido,
me leva ao desespero
e afirma a minha fraqueza…
a minha inexistente auto-estima,
que é reflectida sempre que espreito por algum espelho…
Que queres tu?
Vales isso que vês…
Valho nada,
Esse nada que me sufoca e é
Ao mesmo tempo,
a resposta para essas duvidas todas…
Sem ego…
Sem resposta…
Sem te ter…
Sem sentimento,
Sem nada…
Sou nada… cruel e eternamente nada…
e tudo que o queria.. era nada ser…
Estou Insegura...
(in)segura-me... preciso-te!
Que causas em outras pessoas,
Questiono que talvez não seja apenas em mim que tocas…
Provavelmente não é apenas a mim que queres,
Se é que queres,
Se alguma vez quiseste,
Se ainda vais querer,
Não sei…
Nem sequer isso sei,
Nem essa certeza tenho,
Nem sei como me vês,
Nem o que julgas, pensas, ou sentes,
Ou se nada sentes…
Não sei…
Mas sei…
que todas as noites
este aperto no peito
esta insegurança,
este grito contido,
me leva ao desespero
e afirma a minha fraqueza…
a minha inexistente auto-estima,
que é reflectida sempre que espreito por algum espelho…
Que queres tu?
Vales isso que vês…
Valho nada,
Esse nada que me sufoca e é
Ao mesmo tempo,
a resposta para essas duvidas todas…
Sem ego…
Sem resposta…
Sem te ter…
Sem sentimento,
Sem nada…
Sou nada… cruel e eternamente nada…
e tudo que o queria.. era nada ser…
Estou Insegura...
(in)segura-me... preciso-te!
quarta-feira, junho 13, 2007
talvez::::
Talvez um dia…
sentirás a pele rasgar-se por entre os teus poros, a arder por entre os teus poros, os ossos a rasgarem a tua pele e a furá-la, e a purgá-la, a picotá-la, esquiçando leves pontilhados de sangue… cada dolorosa e fina perfuração acordará, talvez um dia, o expoente máximo da miséria e solidão… a tortura, a loucura, a obsessão, a indiferença e a revolta nesse silêncio…
talvez um dia sintas a dor, esta dor que sinto e sou incapaz explicar ou ver…
silêncio… até quando?
Talvez até um dia
sentirás a pele rasgar-se por entre os teus poros, a arder por entre os teus poros, os ossos a rasgarem a tua pele e a furá-la, e a purgá-la, a picotá-la, esquiçando leves pontilhados de sangue… cada dolorosa e fina perfuração acordará, talvez um dia, o expoente máximo da miséria e solidão… a tortura, a loucura, a obsessão, a indiferença e a revolta nesse silêncio…
talvez um dia sintas a dor, esta dor que sinto e sou incapaz explicar ou ver…
silêncio… até quando?
Talvez até um dia
domingo, junho 03, 2007
Coleciono fantasmas que não são meus, mas que conheço e me procuram para me desenganar...
Afinal quem me julguei eu?!
misera alma perdida, no fio da navalha entre a loucura e o suicidio... contínuo desequilibrio.
Afinal quem me julguei eu?!
Fantasmas que não eram meus...
Fantasmas e recordações por eles destruídas...
Rasgaram-me a minúscula fonte de confiança que julguei ter,
que julguei ser...
Á noite sento-me na cama,
abraço-me ás minhas pernas e encosto-me á parede,
e assim permaneço... imóvel a ouvi-los...
a ouvi-los destruir tudo em que acredito.
E de nada servem lágrimas...
Afinal quem me julguei eu?!
Que mais teria eu que este silêncio e desespero?
Que me poderia distinguir do resto?!
Afinal nada... Afinal nunca foi nada!
Afinal...
quem me julguei eu?!
Afinal quem me julguei eu?!
misera alma perdida, no fio da navalha entre a loucura e o suicidio... contínuo desequilibrio.
Afinal quem me julguei eu?!
Fantasmas que não eram meus...
Fantasmas e recordações por eles destruídas...
Rasgaram-me a minúscula fonte de confiança que julguei ter,
que julguei ser...
Á noite sento-me na cama,
abraço-me ás minhas pernas e encosto-me á parede,
e assim permaneço... imóvel a ouvi-los...
a ouvi-los destruir tudo em que acredito.
E de nada servem lágrimas...
Afinal quem me julguei eu?!
Que mais teria eu que este silêncio e desespero?
Que me poderia distinguir do resto?!
Afinal nada... Afinal nunca foi nada!
Afinal...
quem me julguei eu?!
sexta-feira, maio 25, 2007
:fra(n)ca|mente::...
Rude e híbrido encantamento tortuoso… este que percorro descalça, cansada e despida…
envolvida por trapos rasgados, violentamente desfiados, que bailam agora ao sabor deste forte vento que me empurra no sentido inverso…
Aqui neste caminho austero que sigo…
pousando lentamente os meus passos sobre vidros partidos, estridentes espinhos, afiadas lascas de madeira e pontiagudas pedras negras…
continuando…
como se tudo fosse igual a sempre…
igual a ontem…
igual a dia nenhum…
igual a todos os dias e a nada igual…
Continuo…
envolvida por trapos rasgados, violentamente desfiados, que bailam agora ao sabor deste forte vento que me empurra no sentido inverso…
Aqui neste caminho austero que sigo…
pousando lentamente os meus passos sobre vidros partidos, estridentes espinhos, afiadas lascas de madeira e pontiagudas pedras negras…
continuando…
como se tudo fosse igual a sempre…
igual a ontem…
igual a dia nenhum…
igual a todos os dias e a nada igual…
Continuo…
ignorantemente continuo…
conscientemente de olhos fechados, e não querendo ver continuo…
guiada por francamente nada…
por uma exígua e inigualável fraca mente.
guiada por francamente nada…
por uma exígua e inigualável fraca mente.
quinta-feira, maio 03, 2007
...remoinhos:
Textos intermináveis… enchem cadernos e folhas soltas, bocados de rasgados sentimentos interrompidos por um “bom dia...”, por um café ou por um cigarro que fumo sentada numa mesa sozinha no café da esquina enquanto espero uma rotina mecânica que me afasta deles… textos, obsessivas descrições e desabafos de pedaços de mim… prosas, poemas toscos, frases incompletas, palavras deixadas a meio enchem a caixa em que se compõe a minha anónima identidade!
Tantas coisas por contar… outras tantas escondidas e por mostrar intercalam estes gritos mudos que necessito coleccionar.
Talvez nunca acabem… talvez nunca consiga saciar esta sedenta sede de harmonia que busco a todo o instante dentro desta cabeça onde guardo turbilhões de pensamentos e sentimentos doridos difíceis de acalmar…
Tantas coisas por contar… outras tantas escondidas e por mostrar intercalam estes gritos mudos que necessito coleccionar.
Talvez nunca acabem… talvez nunca consiga saciar esta sedenta sede de harmonia que busco a todo o instante dentro desta cabeça onde guardo turbilhões de pensamentos e sentimentos doridos difíceis de acalmar…
quarta-feira, maio 02, 2007
quarta-feira, abril 25, 2007
sábado, abril 21, 2007
:::No time to cry
It's just a feeling
I get sometimes
A feeling
Sometimes
And I get frightened
Just like you
I get frightened too
but it's...
(no no no) No time for heartache
(no no no) No time to run and hide
(no no no) No time for breaking down
(no no no) No time to cry
Sometimes in the world as is you've
Got to shake the hand that feeds you
It's just like Adam says
It's not so hard to understand
It's just like always coming down on
Just like Jesus never came and
What did you expect to find
It's just like always here again it's...
(no no no) No time for heartache
(no no no) No time to run and hide
(no no no) No time for breaking down
(no no no) No time to cry
Everything will be alright
Everything will turn out fine
Some nights I still can't sleep
And the voices pass with time
And I keep
No time for tears
No time to run and hide
No time to be afraid of fear
I keep no time to cry
(no no no) No time for heartache
(no no no) No time to run and hide
(no no no) No time for breaking down
(no no no) No time to cry
No time to cry, Cradle of Filth
|nsónia_IV
que ódio...
mais uma insónia me rouba o tempo.
outra noite passo revolvendo o meu avesso.
outra vez aquele medo, aquele desespero, me esmaga os ossos fazendo-os estalar, desmanchando-me em choros soluçados.
este medo, este pânico de tudo, esta fobia de mim mesma, assusta-me e fere a minha força, fragiliza o meu sorriso, o meu espectro de certezas... e sentimentos só meus.
não consigo sequer adormecer, consumida por isto... por esta raiva e solidão.
Abandonei-me!!
Abandonei-me propositadamente numa floresta de medos e fantasmas sombrios,
abandonei-me e esqueci-me de onde o fiz...
sabia que me encontrariam, queria que o fizessem e me dessem a mão...
como sempre...
mas não vieram, e eu fiquei aqui...
não sei o caminho de volta,
nunca precisei de o saber!
não consigo dormir...
estou exausta de lutar contra mim,
já nem consigo ter força para adormecer.
já nem sei adormecer!
Abandonada...
Abandonei-me... tenho medo de mim...
quarta-feira, abril 18, 2007
segunda-feira, abril 16, 2007
:::Incapacidade de expressão… sinto-me (tão) incapaz, mas…escrevo na mm!
“ o que sou para ti?”
«Foda-se dóis-me… é tudo o que te quero e posso dizer…
DÓIS-ME!!!!!
Dóis-me aqui dentro do peito!
Dóis-me aqui neste aperto na garganta!
Dóis-me neste espaço físico que nos separa!
Dóis-me neste silêncio que nos une!
neste toque da tua mão na minha pele, neste sabor da tua língua que ficou na minha boca, dóis-me nesta carícia que toca o meu cabelo, no teu empurrar da minha cabeça para o teu ombro, nos meus lábios a experimentar o desenho e o aroma do teu corpo, dóis-me no meu corpo, dói-me a falta que me fazes, quando me prendes com força nas tuas mãos, quando me mordes e me feres, quando me agarras e me feres ao largar-me. dóis-me nos traços do meu abraço, no sexo que não fizemos, no ritmo que não tivemos, no tempo que não tivemos… dóis-me naquele intervalo em que permanecemos… Dóis-me tanto quando o teu respirar fala mais alto que qualquer razão e eu gosto, quando o teu ofegante respirar é qualquer coisa não sentida, quando me tocas e me queres, quando me queres tanto que me assustas não me querendo… Dóis-me aqui nas marcas que me deixas-te… em todas elas me doís… em todas elas… deixo de pestanejar e adormeço uns segundos… e em todas elas vejo o teu corpo, vejo e sinto o teu corpo, vejo, sinto e toco a violência do teu corpo, deste desejo estranhamente assustador e indefinido… dóis-me na nudez do teu corpo…
Dóis-me no calor que me deste, na evidente “irracionalidade lógica” que me causas, nesta loucura a que me levas quando estás (e não estás) por perto.
dóis-me na mudez dos teus beijos, dos teus lábios e do teu olhar.
foda-se… dói-me não me amares! É isso que me dói… mais que a ressaca que te tenho, mais que qualquer falta… mais que qualquer coisa…
dóis-me por não me amares!
dóis-me tanto por não me amares!
não importa que não me saibas… que não entendas o que para ti sou, não interessa…
não quero saber se sou a 10ª ou a 57ª … não me interessa!
não quero que me compares…
nem quero que me mintas…
apenas quero que me digas o que sentes, porque isso sabes, claramente que isso sabes.
e … meu amor…
já sei, eu já sei que me não amas… mas ao menus diz-me que me sentes…
diz-me que me sentes, ou sentis-te… não apenas com a carne, não apenas com um instinto, como uma reacção inesperada.. irracional… animal até…
não quero saber o dia de amanhã… nem previsões meteorológicas, dispenso-as…
porque o meu amanhã sou eu que o desenho… ou já o tenho tatuado na pele.. talvez, não o sei bem…
não é isso que quero, não é nada disso que quero…
não amor, não quero promessas vãs nem planos ocos… nunca te pediria isso.. conheço-te bem demais para tal… se o fizesses…deixarias de ser tu… não quero!
quero apenas o que sentes… é tudo o que quero, preciso saber o que me sentes, a minha “pseudo-sanidade” pede-me isso…
quero apenas o que me sentes…
dá-me…
dá-me e mostra-me apenas o que me sentes! »
enquanto isto e tantas outras
palavras,
sentimentos,
frases calculadas,
monólogos completos pairavam na minha cabeça…
“ o que sou para ti?”
Foi tudo o que consegui proferir…
Apenas…
“ o que sou para ti?”,
«Foda-se dóis-me… é tudo o que te quero e posso dizer…
DÓIS-ME!!!!!
Dóis-me aqui dentro do peito!
Dóis-me aqui neste aperto na garganta!
Dóis-me neste espaço físico que nos separa!
Dóis-me neste silêncio que nos une!
neste toque da tua mão na minha pele, neste sabor da tua língua que ficou na minha boca, dóis-me nesta carícia que toca o meu cabelo, no teu empurrar da minha cabeça para o teu ombro, nos meus lábios a experimentar o desenho e o aroma do teu corpo, dóis-me no meu corpo, dói-me a falta que me fazes, quando me prendes com força nas tuas mãos, quando me mordes e me feres, quando me agarras e me feres ao largar-me. dóis-me nos traços do meu abraço, no sexo que não fizemos, no ritmo que não tivemos, no tempo que não tivemos… dóis-me naquele intervalo em que permanecemos… Dóis-me tanto quando o teu respirar fala mais alto que qualquer razão e eu gosto, quando o teu ofegante respirar é qualquer coisa não sentida, quando me tocas e me queres, quando me queres tanto que me assustas não me querendo… Dóis-me aqui nas marcas que me deixas-te… em todas elas me doís… em todas elas… deixo de pestanejar e adormeço uns segundos… e em todas elas vejo o teu corpo, vejo e sinto o teu corpo, vejo, sinto e toco a violência do teu corpo, deste desejo estranhamente assustador e indefinido… dóis-me na nudez do teu corpo…
Dóis-me no calor que me deste, na evidente “irracionalidade lógica” que me causas, nesta loucura a que me levas quando estás (e não estás) por perto.
dóis-me na mudez dos teus beijos, dos teus lábios e do teu olhar.
foda-se… dói-me não me amares! É isso que me dói… mais que a ressaca que te tenho, mais que qualquer falta… mais que qualquer coisa…
dóis-me por não me amares!
dóis-me tanto por não me amares!
não importa que não me saibas… que não entendas o que para ti sou, não interessa…
não quero saber se sou a 10ª ou a 57ª … não me interessa!
não quero que me compares…
nem quero que me mintas…
apenas quero que me digas o que sentes, porque isso sabes, claramente que isso sabes.
e … meu amor…
já sei, eu já sei que me não amas… mas ao menus diz-me que me sentes…
diz-me que me sentes, ou sentis-te… não apenas com a carne, não apenas com um instinto, como uma reacção inesperada.. irracional… animal até…
não quero saber o dia de amanhã… nem previsões meteorológicas, dispenso-as…
porque o meu amanhã sou eu que o desenho… ou já o tenho tatuado na pele.. talvez, não o sei bem…
não é isso que quero, não é nada disso que quero…
não amor, não quero promessas vãs nem planos ocos… nunca te pediria isso.. conheço-te bem demais para tal… se o fizesses…deixarias de ser tu… não quero!
quero apenas o que sentes… é tudo o que quero, preciso saber o que me sentes, a minha “pseudo-sanidade” pede-me isso…
quero apenas o que me sentes…
dá-me…
dá-me e mostra-me apenas o que me sentes! »
enquanto isto e tantas outras
palavras,
sentimentos,
frases calculadas,
monólogos completos pairavam na minha cabeça…
“ o que sou para ti?”
Foi tudo o que consegui proferir…
Apenas…
“ o que sou para ti?”,
como ultimo fôlego,
ultimo trago de ar que me foge do peito…
foi tudo o que ecoou nas paredes das casas…
daquelas casas que se tornaram o mais incómodo dos nossos problemas…
como uma cómoda e oportuna fuga de ambos…
a um abismo sufocante…
onde até as palavras falham…
Foi tudo o que saiu da minha boca…
daquelas casas que se tornaram o mais incómodo dos nossos problemas…
como uma cómoda e oportuna fuga de ambos…
a um abismo sufocante…
onde até as palavras falham…
Foi tudo o que saiu da minha boca…
como uma curta síntese de um discurso elaboradamente angustiante…
quarta-feira, abril 11, 2007
B|_|N£K4 d£ Tr4p[]$
Boneca de trapos...
desmembrada...
mal cosida...
mal tratada...
rasgada...
dorida...
ferida...
esquecida num canto qualquer escuro de uma casa abandonada, fria e suja e assombrada...
Pedaço de alma sem corpo... perdido, louco...
entrego-te este corpo de trapos...
esta boneca de trapos...
"Dá-lhe vida!" disse alguém um dia...
e nasci...
aliás.. ganhei vida... que nem a um nascimento tive direito...
Karma...
Karma este que crias tu... minha boneca de esfarrapados trapos...
Sofre
... com todos esses erros teus!
... com todos esses erros!
Coração este...
... que carrego dentro deste corpo de esfarrapados trapos
... sente tanto, demais, sente sozinho, sente tudo, até coisas banais
... sente tudo... sozinho porque depois de te transformarem numa boneca de trapos...
nunca ninguém te sentirá mais... coração, só sentirás um ... o teu, sozinho!
Corpo...
...usado, ferido...
Não quero isto!!
Corpo este meu, amado sem sentimento...
Não quero...
Dúvidas...
Perguntas...
... a única resposta... soprada pelo vento, Karma...
talvez seja o meu Karma!
desmembrada...
mal cosida...
mal tratada...
rasgada...
dorida...
ferida...
esquecida num canto qualquer escuro de uma casa abandonada, fria e suja e assombrada...
Pedaço de alma sem corpo... perdido, louco...
entrego-te este corpo de trapos...
esta boneca de trapos...
"Dá-lhe vida!" disse alguém um dia...
e nasci...
aliás.. ganhei vida... que nem a um nascimento tive direito...
Karma...
Karma este que crias tu... minha boneca de esfarrapados trapos...
Sofre
... com todos esses erros teus!
... com todos esses erros!
Coração este...
... que carrego dentro deste corpo de esfarrapados trapos
... sente tanto, demais, sente sozinho, sente tudo, até coisas banais
... sente tudo... sozinho porque depois de te transformarem numa boneca de trapos...
nunca ninguém te sentirá mais... coração, só sentirás um ... o teu, sozinho!
Corpo...
...usado, ferido...
Não quero isto!!
Corpo este meu, amado sem sentimento...
Não quero...
Dúvidas...
Perguntas...
... a única resposta... soprada pelo vento, Karma...
talvez seja o meu Karma!
quarta-feira, março 21, 2007
::diálogo
Inconsolada alma…
Porque me choras?
Quem te fez mal?
…
Porque te fizes-te mal então?
…
Porquê? Que te fizeram?
Porque motivo te odeias assim tanto?
…
Oh alma minha… não me chores assim…
Respira fundo… fala comigo, diz-me…
O que te atormenta minha frágil alma?
…
Se te faz sofrer … porque escolhes-te este caminho?
sabes… o mundo não é perfeito, as pessoas não são perfeitas…
Se o escolheste … foi porque achas-te que este era o caminho mais certo…
…
Eu sei… mas ninguém as tem… alma minha
Certezas ninguém as tem!! Podes chorar-me…
Encosta-te aqui no meu ombro…
Mas não as há…
Certezas… não as há…
…
É normal teres medo… respira fundo…
Um dia vai passar…
…
Eu sei… eu sei que sozinha, assim mais sozinha dói mais…
Eu sei… mas tens aqui o meu ombro…
…
Provavelmente não te chegará…
Eu sei que tu minha alma não estarás completa…
Mas não chores desse modo…
O mundo é assim imperfeito…
Mas… pensa… ao menos ainda estou contigo…
…
Sim… por enquanto… sim por enquanto.
Ainda não me matas-te… ainda és também imperfeita…
Mas assim…
Faltando-te a coragem… ainda te posso servir (tentar servir) de algum consolo…
Até um dia…
Oh alma minha… acho que és a única coisa que amo (controversamente).
…
Eu sei… queres-me …tentas-me matar…
Mas amo-te na mesma… porque tu és a única coisa verdadeiramente minha…
Tu…
Posso dizê-lo…
És minha! Talvez a única coisa minha!!
És minha!
És a minha alma!!
E amo-te porque és minha…
Porque me choras?
Quem te fez mal?
…
Porque te fizes-te mal então?
…
Porquê? Que te fizeram?
Porque motivo te odeias assim tanto?
…
Oh alma minha… não me chores assim…
Respira fundo… fala comigo, diz-me…
O que te atormenta minha frágil alma?
…
Se te faz sofrer … porque escolhes-te este caminho?
sabes… o mundo não é perfeito, as pessoas não são perfeitas…
Se o escolheste … foi porque achas-te que este era o caminho mais certo…
…
Eu sei… mas ninguém as tem… alma minha
Certezas ninguém as tem!! Podes chorar-me…
Encosta-te aqui no meu ombro…
Mas não as há…
Certezas… não as há…
…
É normal teres medo… respira fundo…
Um dia vai passar…
…
Eu sei… eu sei que sozinha, assim mais sozinha dói mais…
Eu sei… mas tens aqui o meu ombro…
…
Provavelmente não te chegará…
Eu sei que tu minha alma não estarás completa…
Mas não chores desse modo…
O mundo é assim imperfeito…
Mas… pensa… ao menos ainda estou contigo…
…
Sim… por enquanto… sim por enquanto.
Ainda não me matas-te… ainda és também imperfeita…
Mas assim…
Faltando-te a coragem… ainda te posso servir (tentar servir) de algum consolo…
Até um dia…
Oh alma minha… acho que és a única coisa que amo (controversamente).
…
Eu sei… queres-me …tentas-me matar…
Mas amo-te na mesma… porque tu és a única coisa verdadeiramente minha…
Tu…
Posso dizê-lo…
És minha! Talvez a única coisa minha!!
És minha!
És a minha alma!!
E amo-te porque és minha…
Ass:
o teu corpo
Outra vez...
Pq qd as luzes s apagam,
Qd a porta do meu quarto se fecha,
Qd digo boa noite aos meus pais
E fecho a porta e apago a luz e fico sozinha…
Pq quando fico sozinha…
Choro…
Apenas choro…
Toda a hora… sem parar… a noite inteira,
Até me esgotar e por fim adormecer…
…cansada
Choro!!
Pq n me resta + nd q esta dor…
Esta dor é a única q m acompanha a tds as hrs…
Esta dor é a única q n m abandona…
Esta dor é o preço a pagar por esta “não solidão”
Pq choro apenas,
Sinto-me vazia … mas choro,
Verto lágrimas e
Sinto-me vazia…
Choro mais e
Sinto-me mais vazia…
Que cobarde sou…
Se há alturas em que me sei definir…
Cobarde é o adjectivo certeiro…
Pq n consigo?... pq? Pq? PORQUÊ?
Cobarde… cobarde… cobarde… cobarde!
N sou capaz pq?
Eu sou cobarde… eu sou apenas um choro cobarde!!
N sei pq o sou…
N sei pq sou… n sei pq ainda sou!
Quero deixar de ser…
Quero tanto…
Mas n consegui de novo… e torna-se hábito esta falhada frustração… cobarde!
E se n conseguiste… ninguém tem que saber!
E voltas a ter que viver mais um dia…
Saiu p a rua…
Visto de novo a minha máscara…
Coso-me c linhas de confiança podre e personalidade… rasgo obrigada, um esboço de um sorriso transfigurado, falso…mutante… calço-me c biqueiras de aço indestrutíveis, gravo nelas uma suposta força… e saiu para a rua!
Sorrio…
Risos parvos sem motivo algum…
Monólogos a 2 ou a 3… vazios!
E depois das voltas do costume…
Regressamos a casa…
Faz-se noite…
Digo boa noite aos meus pais…
Fecho a porta do meu quarto…
Apago a luz…
Choro…
E quero,
E tento,
Morrer outra vez!
Qd a porta do meu quarto se fecha,
Qd digo boa noite aos meus pais
E fecho a porta e apago a luz e fico sozinha…
Pq quando fico sozinha…
Choro…
Apenas choro…
Toda a hora… sem parar… a noite inteira,
Até me esgotar e por fim adormecer…
…cansada
Choro!!
Pq n me resta + nd q esta dor…
Esta dor é a única q m acompanha a tds as hrs…
Esta dor é a única q n m abandona…
Esta dor é o preço a pagar por esta “não solidão”
Pq choro apenas,
Sinto-me vazia … mas choro,
Verto lágrimas e
Sinto-me vazia…
Choro mais e
Sinto-me mais vazia…
Que cobarde sou…
Se há alturas em que me sei definir…
Cobarde é o adjectivo certeiro…
Pq n consigo?... pq? Pq? PORQUÊ?
Cobarde… cobarde… cobarde… cobarde!
N sou capaz pq?
Eu sou cobarde… eu sou apenas um choro cobarde!!
N sei pq o sou…
N sei pq sou… n sei pq ainda sou!
Quero deixar de ser…
Quero tanto…
Mas n consegui de novo… e torna-se hábito esta falhada frustração… cobarde!
E se n conseguiste… ninguém tem que saber!
E voltas a ter que viver mais um dia…
Saiu p a rua…
Visto de novo a minha máscara…
Coso-me c linhas de confiança podre e personalidade… rasgo obrigada, um esboço de um sorriso transfigurado, falso…mutante… calço-me c biqueiras de aço indestrutíveis, gravo nelas uma suposta força… e saiu para a rua!
Sorrio…
Risos parvos sem motivo algum…
Monólogos a 2 ou a 3… vazios!
E depois das voltas do costume…
Regressamos a casa…
Faz-se noite…
Digo boa noite aos meus pais…
Fecho a porta do meu quarto…
Apago a luz…
Choro…
E quero,
E tento,
Morrer outra vez!
segunda-feira, março 19, 2007
imagem
Cansada…
Perdida…
Soluço
Contorço-me
Brado à noite estas feridas que me sangram as entranhas…
Sinto as convulsões deste desespero a percorrerem as minhas veias…
Como espasmos intermináveis…
Como esta tortura mórbida e irónica…
Metamorfose…
Que é isto? Em que me tornei?
As lágrimas escavaram os seus trilhos…
Rasgaram fossos na minha carne,
Abriram caminho definitivo na sua constante passagem…
Aqui nesta carne morta,
neste corpo inabitado…
sem alma
sem fé
sem sonhos
sem nada
neste corpo inabitado
sem esperança
sem nada
neste corpo inabitado
esquartejado
só!
Perdida…
Soluço
Contorço-me
Brado à noite estas feridas que me sangram as entranhas…
Sinto as convulsões deste desespero a percorrerem as minhas veias…
Como espasmos intermináveis…
Como esta tortura mórbida e irónica…
Metamorfose…
Que é isto? Em que me tornei?
As lágrimas escavaram os seus trilhos…
Rasgaram fossos na minha carne,
Abriram caminho definitivo na sua constante passagem…
Aqui nesta carne morta,
neste corpo inabitado…
sem alma
sem fé
sem sonhos
sem nada
neste corpo inabitado
sem esperança
sem nada
neste corpo inabitado
esquartejado
só!
sábado, março 10, 2007
nada mais
Estou farta… A sério, estou farta de viver… não encontro sentido algum para continuar aqui…
o que é viver?
uma mera afirmação de teimosia?
de estúpida persistência humana?
Eu já não caminho… arrasto-me!
Eu já não falo… gemo esta dor!
Eu já não sorrio… desfiguro-me!
Eu já não vejo… olho apenas o vazio!
Por vezes acredito que vale a pena… mas não basta apenas saber que por vezes faço bem a alguém… Já não consigo ouvir e ajudar… Pq não me deixam, e quando me deixam não sou capaz…
INÚTIL!!!
Who needs me?... nobody!!!
A mais… completamente a mais… entende que estou a mais e leva-me daqui por favor! Não tenho mais forças para me arrastar, naquilo que julguei ser capaz de atingir… para quê?! Já não quero!...
“Não morras… pq de certeza que muita gente vai sentir a tua falta…” que irónico tudo isto… Pq? Pq seria definitivo? Pq? Não…Não faço falta…
EU
Eu sou aquilo… com quem se discute e grita… sou aquilo que chateia… sou aquilo que enerva… sou aquilo difícil de “moldar”… sou aquilo que estorva… que cede… sou aquilo que grita… sou aquilo chora… aquilo que lembra coisas que se preferem caladas e mudas e cegas e inexistentes…sou aquilo que chora mais… sou aquilo que sofre sozinha, e sofre por não sofrer com alguém… sou aquilo que metafisicamente vagueia… aquilo que se usa… sou aquilo que nunca se ama… sou aquilo secreto dentro da gaveta última da secretária… sou um pedaço de papel amarrotado… sou aquilo que se fere sem necessidade de pedir “desculpa-me”… sou aquilo que está sempre lá… e que por isso nunca…nunca se procura… sou então de facto aquilo que ninguém procura.
Sou o que sobra!! Sou a diferença… sou tudo para toda a gente, sou tudo para agradar toda a gente… e sou nada… nada que se dê valor… nada com valor…
Sou nada de importante…
Mata-me …por favor!
Alguém…
Mata-me mesmo… por favor…
Agora!
Estou farta desta incessante e cega dor… sem sentido, sem nada, sendo nada… nada me serve estar aqui… nada me prende já aqui…
Estou louca, tonta e fraca…
Louca, fraca e vazia…
Mas lúcida…
Não quero aqui estar…
Não sirvo para nada
NADA
nada
Nada, sim…
Nada define-me.
o que é viver?
uma mera afirmação de teimosia?
de estúpida persistência humana?
Eu já não caminho… arrasto-me!
Eu já não falo… gemo esta dor!
Eu já não sorrio… desfiguro-me!
Eu já não vejo… olho apenas o vazio!
Por vezes acredito que vale a pena… mas não basta apenas saber que por vezes faço bem a alguém… Já não consigo ouvir e ajudar… Pq não me deixam, e quando me deixam não sou capaz…
INÚTIL!!!
Who needs me?... nobody!!!
A mais… completamente a mais… entende que estou a mais e leva-me daqui por favor! Não tenho mais forças para me arrastar, naquilo que julguei ser capaz de atingir… para quê?! Já não quero!...
“Não morras… pq de certeza que muita gente vai sentir a tua falta…” que irónico tudo isto… Pq? Pq seria definitivo? Pq? Não…Não faço falta…
EU
Eu sou aquilo… com quem se discute e grita… sou aquilo que chateia… sou aquilo que enerva… sou aquilo difícil de “moldar”… sou aquilo que estorva… que cede… sou aquilo que grita… sou aquilo chora… aquilo que lembra coisas que se preferem caladas e mudas e cegas e inexistentes…sou aquilo que chora mais… sou aquilo que sofre sozinha, e sofre por não sofrer com alguém… sou aquilo que metafisicamente vagueia… aquilo que se usa… sou aquilo que nunca se ama… sou aquilo secreto dentro da gaveta última da secretária… sou um pedaço de papel amarrotado… sou aquilo que se fere sem necessidade de pedir “desculpa-me”… sou aquilo que está sempre lá… e que por isso nunca…nunca se procura… sou então de facto aquilo que ninguém procura.
Sou o que sobra!! Sou a diferença… sou tudo para toda a gente, sou tudo para agradar toda a gente… e sou nada… nada que se dê valor… nada com valor…
Sou nada de importante…
Mata-me …por favor!
Alguém…
Mata-me mesmo… por favor…
Agora!
Estou farta desta incessante e cega dor… sem sentido, sem nada, sendo nada… nada me serve estar aqui… nada me prende já aqui…
Estou louca, tonta e fraca…
Louca, fraca e vazia…
Mas lúcida…
Não quero aqui estar…
Não sirvo para nada
NADA
nada
Nada, sim…
Nada define-me.
quinta-feira, março 08, 2007
insónia...|||
Revolvo o meu corpo
Trespasso-o com uma fina lamina
Mergulho a minha mão no meu próprio peito
Reviro o meu próprio interior…
Procuro aqui dentro a razão,
O motivo desta perturbada instabilidade
Desta inquieta noite,
Desta (mais uma) dolorosa noite,
Em que não tenho alma,
Apenas um contorcido corpo
Apenas um contorcido corpo por sangrar, por (re)torcer, por (re)matar,
Apenas um duvidoso corpo retalhado, cozido com linhas duvidosas os duvidosos pedaços de dúvidas retóricas.
Maldita insónia!
Transtorna o que quiseres!
Rasga-me de novo como papel de seda…
Destrói todos os remendos, todos os alinhavados remendos…
Dilapida o retalhado corpo em que me tornas todas as noites…
Faz o que quiseres..
Mas deixa-me descansar ao menos um pouco
Neste revolvido..amargo.. salgado leito onde me falta o sono!
Trespasso-o com uma fina lamina
Mergulho a minha mão no meu próprio peito
Reviro o meu próprio interior…
Procuro aqui dentro a razão,
O motivo desta perturbada instabilidade
Desta inquieta noite,
Desta (mais uma) dolorosa noite,
Em que não tenho alma,
Apenas um contorcido corpo
Apenas um contorcido corpo por sangrar, por (re)torcer, por (re)matar,
Apenas um duvidoso corpo retalhado, cozido com linhas duvidosas os duvidosos pedaços de dúvidas retóricas.
Maldita insónia!
Transtorna o que quiseres!
Rasga-me de novo como papel de seda…
Destrói todos os remendos, todos os alinhavados remendos…
Dilapida o retalhado corpo em que me tornas todas as noites…
Faz o que quiseres..
Mas deixa-me descansar ao menos um pouco
Neste revolvido..amargo.. salgado leito onde me falta o sono!
||| painful beauty |||
I am just a fucking only child of the most darkness night and the worst pain!
Don´t try to help me!
Just help me to understand my oppressed soul… cause I am so tired…
I just wanna to leave this place…
…break all broken windows…
…order to the world “GO FUCK YOURSELF!”
…just let me hold stronger all this broken glasses with my hands
…leave me …unfair, unbelievable destiny
Just go fuck yourself… and let this hurt to bleed my body today…
Don´t try to help me!
Just help me to understand my oppressed soul… cause I am so tired…
I just wanna to leave this place…
…break all broken windows…
…order to the world “GO FUCK YOURSELF!”
…just let me hold stronger all this broken glasses with my hands
…leave me …unfair, unbelievable destiny
Just go fuck yourself… and let this hurt to bleed my body today…
today...
the last day of the world!
sábado, fevereiro 24, 2007
::(non)fraterno:::
Dói-me o peito.
Dilaceraram-me o amor próprio.
Amputaram-me a força… aqui de onde ela nasceu!
Não devia dizer isto…
Mas…
ODEIO
ODEIO
ODEIO
ODEIO
ODEIO
ODEIO-TE a ti tt cm o k me odeias a mim… sem saber kual é a razão para tal!!!
Mas odeio!!!
Sou tua filha… devias amar-me, proteger-me… em x de me kerers matar desta forma, sempre que podes e sempre consegues!
ODIO
RAIVA
DESESPERO
PÂNICO
SOLIDÃO
DESPREZO
VIOLÊNCIA
DOR….física… mental…
INDIFERENÇA
Foda-se…pk raio kiseram tb ser tão egoístas e deixarem-me só a mim aqui…
apenas uma semente infrutífera e sozinha de tão malfadada espécie…
SOZINHA.. única e tristemente sozinha… SEMPRE O SEREI!
Não basta já… tudo isto…
Não?!
Foda-se que mais queres?!
Queres que todas as palavras que proferes… talvez sem sentido se tornem reais?!
Acredita… não queres que eu desapareça mais do que eu quero desaparecer… acredita!!
Não julgues que sou como tu…
ORGULHOSAMENTE NÃO SOU COMO TU!
Tenho no peito um coração…
Não uma pedra como tu… e quando falo..digo apenas o que sinto… não o que sei que te vai ferir como tu…
ODEIO… e odeio-me por isso!
ODEIO-ME mais a mim que a qq outra coisa… como é possível fazeres-me sentir assim?!
Se um dia tiver coragem… (aquela que mais uma x hoje não tive) para acabar comigo de uma vez… Vais chorar a minha morte… eu sei…
“A minha filha…” chorarás a minha perda com um orgulho saudoso… vais querer dizer-me nesse dia que afinal até gostavas de mim… mas nunca o dirás… porque não podes tirar essa pose de duro, de homem martirizado, embrutecido pela vida e sem capacidade de demonstrar bons sentimentos..
Nesse dia…
Nesse dia vai ser tarde… e mesmo que o digas… nem que seja apenas uma única vez.. Não o ouvirei…
Nunca o ouvirei!
…pior que isso…
Nunca o senti!!! Não sei o que é isso…
Dilaceraram-me o amor próprio.
Amputaram-me a força… aqui de onde ela nasceu!
Não devia dizer isto…
Mas…
ODEIO
ODEIO
ODEIO
ODEIO
ODEIO
ODEIO-TE a ti tt cm o k me odeias a mim… sem saber kual é a razão para tal!!!
Mas odeio!!!
Sou tua filha… devias amar-me, proteger-me… em x de me kerers matar desta forma, sempre que podes e sempre consegues!
ODIO
RAIVA
DESESPERO
PÂNICO
SOLIDÃO
DESPREZO
VIOLÊNCIA
DOR….física… mental…
INDIFERENÇA
Foda-se…pk raio kiseram tb ser tão egoístas e deixarem-me só a mim aqui…
apenas uma semente infrutífera e sozinha de tão malfadada espécie…
SOZINHA.. única e tristemente sozinha… SEMPRE O SEREI!
Não basta já… tudo isto…
Não?!
Foda-se que mais queres?!
Queres que todas as palavras que proferes… talvez sem sentido se tornem reais?!
Acredita… não queres que eu desapareça mais do que eu quero desaparecer… acredita!!
Não julgues que sou como tu…
ORGULHOSAMENTE NÃO SOU COMO TU!
Tenho no peito um coração…
Não uma pedra como tu… e quando falo..digo apenas o que sinto… não o que sei que te vai ferir como tu…
ODEIO… e odeio-me por isso!
ODEIO-ME mais a mim que a qq outra coisa… como é possível fazeres-me sentir assim?!
Se um dia tiver coragem… (aquela que mais uma x hoje não tive) para acabar comigo de uma vez… Vais chorar a minha morte… eu sei…
“A minha filha…” chorarás a minha perda com um orgulho saudoso… vais querer dizer-me nesse dia que afinal até gostavas de mim… mas nunca o dirás… porque não podes tirar essa pose de duro, de homem martirizado, embrutecido pela vida e sem capacidade de demonstrar bons sentimentos..
Nesse dia…
Nesse dia vai ser tarde… e mesmo que o digas… nem que seja apenas uma única vez.. Não o ouvirei…
Nunca o ouvirei!
…pior que isso…
Nunca o senti!!! Não sei o que é isso…
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
::silenci(and)o(me)::::::
Anseio(-te) o beijo,
Preciso(-te) a presença,
Quero(-te) o corpo,
Prendo(-te) a alma…
Preciso(-te) a presença,
Quero(-te) o corpo,
Prendo(-te) a alma…
“Preciso que precises de mim…”
Dá-me isso!
Dá-me isso e o teu corpo!
Dá-me isso, o teu corpo e ama-me!!
Dá-me isso!
Dá-me isso e o teu corpo!
Dá-me isso, o teu corpo e ama-me!!
Empurra-me contra a parede.
Empurra-me entre ti e ela…
Empurra-me a mim.. ao meu corpo, ao meu eu…
A minha alma… dou-ta!
Aperta-me assim!
Agarra-me num gesto bruto apenas…
Respira-me…
Fecha os olhos e …vê-me!
Arranca-me… de mim e de ti e de entre nós… estas barreiras…
Despe-me assim!
Despe-te num gesto bruto apenas…
E respira-me…
Empurra-me contra a parede.
Empurra-me entre ti e ela…
Toma o meu corpo…
Toma cada pedaço do meu corpo…
Toma cada perfume e gesto…
Toma o meu corpo…
É teu… dou-to!
Agarra-me assim!!!
Aperta-me entre os teus dedos…
Aperta-me entre os teus lábios…
Marca-me!!
Mostra-me…
Preciso que me mostres…
Mostra-me…
Toma-me assim!
Possui-me aqui!
Tem-me agora!
Empurra-me entre ti e ela…
Empurra-me a mim.. ao meu corpo, ao meu eu…
A minha alma… dou-ta!
Aperta-me assim!
Agarra-me num gesto bruto apenas…
Respira-me…
Fecha os olhos e …vê-me!
Arranca-me… de mim e de ti e de entre nós… estas barreiras…
Despe-me assim!
Despe-te num gesto bruto apenas…
E respira-me…
Empurra-me contra a parede.
Empurra-me entre ti e ela…
Toma o meu corpo…
Toma cada pedaço do meu corpo…
Toma cada perfume e gesto…
Toma o meu corpo…
É teu… dou-to!
Agarra-me assim!!!
Aperta-me entre os teus dedos…
Aperta-me entre os teus lábios…
Marca-me!!
Mostra-me…
Preciso que me mostres…
Mostra-me…
Toma-me assim!
Possui-me aqui!
Tem-me agora!
Percorre-me… Marca-me como tua… Trinca-me… Prende-me… Arranha-me… Tortura-me… Penetra-me … a alma!!
… Pertence-me…
… Pertences-me?...
… Pertence-me…
… Pertences-me?...
Toma o meu corpo…
Toma-me!
Toma o meu olhar
Toma-me!
Toma o meu olhar
o meu desejo
o meu cabelo
o meu tacto
o meu cheiro
o meu sorriso
a minha boca
as minhas mãos
os meus braços
as minhas pernas
o meu peito
o meu sexo!!
Toma-me!
Toma-me assim!
“Preciso que precises de mim…”
Dá-me isso!
Dá-me isso e o teu corpo!
Dá-me isso, o teu corpo e ama-me!!
Dá-me isso!
Dá-me isso e o teu corpo!
Dá-me isso, o teu corpo e ama-me!!
Quero desaparecer…
Porque quando olho á volta as casas são feitas de cinza, as janelas não são mais que fumo, e o chão uma enorme mancha vermelha?
Porque é que o nevoeiro tomou conta da minha (como de tantas outras) vida, o sol deixou de entrar nas nossas cinzas, e ao passar pelas janelas apenas multiplica e espalha o fumo…
A vida é vermelha e preta. E a parte que ainda é cinza… para lá caminha.
Quero tornar-me vermelha…
Já não quero ser fumo, nem preto…
Quero o vermelho… Mereço esta fase terminal, não ma neguem!!! Se as lágrimas já se tornaram sangue porque tenho que permanecer fumo… porquê?
O que vejo à volta? Preto, cinzento e uma enorme mancha vermelha morta a alastrar… a entrar pelas nossas vidas e a levar algo que era meu… e depois fica o fumo vazio.
O ódio desperta, a raiva surge, a nossa vida deixa de ser algo incrível…
Afinal é apenas rotina de velhos, cansados, condenados mortos-vivos. Dentro de cada um já existe algo vermelho… ás vezes demora a apoderar-se de todo o resto… outras é fulminante.
E porque é que em mim demora tanto?!
Se EU QUERO que os meus alicerces caiam… se a cinza deles já esvoaça com a brisa do vermelho… Porque não caí logo tudo de uma vez? Porque é que estes vãos teimam em apenas espreitar e não fechar…
Sinto-me cansada… sou mais uma das almas condenadas a pagar por algo esquecido e apagado pelo tempo… pela cinza.
E a cada movimento a carne rasga… sangra… grita… implora por não repetir esta rotina que já não aguenta… e então cá continuo morta e a viver… até que um dia o céu fique (para mim) vermelho enfim.
2004.07.17
Porque quando olho á volta as casas são feitas de cinza, as janelas não são mais que fumo, e o chão uma enorme mancha vermelha?
Porque é que o nevoeiro tomou conta da minha (como de tantas outras) vida, o sol deixou de entrar nas nossas cinzas, e ao passar pelas janelas apenas multiplica e espalha o fumo…
A vida é vermelha e preta. E a parte que ainda é cinza… para lá caminha.
Quero tornar-me vermelha…
Já não quero ser fumo, nem preto…
Quero o vermelho… Mereço esta fase terminal, não ma neguem!!! Se as lágrimas já se tornaram sangue porque tenho que permanecer fumo… porquê?
O que vejo à volta? Preto, cinzento e uma enorme mancha vermelha morta a alastrar… a entrar pelas nossas vidas e a levar algo que era meu… e depois fica o fumo vazio.
O ódio desperta, a raiva surge, a nossa vida deixa de ser algo incrível…
Afinal é apenas rotina de velhos, cansados, condenados mortos-vivos. Dentro de cada um já existe algo vermelho… ás vezes demora a apoderar-se de todo o resto… outras é fulminante.
E porque é que em mim demora tanto?!
Se EU QUERO que os meus alicerces caiam… se a cinza deles já esvoaça com a brisa do vermelho… Porque não caí logo tudo de uma vez? Porque é que estes vãos teimam em apenas espreitar e não fechar…
Sinto-me cansada… sou mais uma das almas condenadas a pagar por algo esquecido e apagado pelo tempo… pela cinza.
E a cada movimento a carne rasga… sangra… grita… implora por não repetir esta rotina que já não aguenta… e então cá continuo morta e a viver… até que um dia o céu fique (para mim) vermelho enfim.
2004.07.17
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
::::Insónia:::II:::
Falta de tudo...
Falta-me tudo...
Até a capacidade de criar algo...
capaz de me acalmar.
capaz de me fazer respirar.
Impotente...
Sinto-me
... vazia
... desprovida de toda a capacidade expressiva...
mas...
preciso de me exprimir!
preciso de me fazer ouvir!
"Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.
Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.
Estou escrevendo versos realmente simpáticos
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos...
Tantos versos...
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!
Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstração de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo — sei lá salvo o quê...
Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo exceto no poder dormir!
Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta...
Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.
Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.
Vem, madrugada, chega!
Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.
Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exatamente.
A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a Humanidade esquece.
Exatamente. Mas não durmo."
Insónia, Álvaro de Campos
...é isto!
...é isto que sinto!
domingo, fevereiro 18, 2007
"Está tudo bem!!!"
"fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga."
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga."
José Luis Peixoto
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Nesta praia deserta, em que apenas existo eu...
Eu...
O meu melancólico cigarro...
A minha esfumada solidão...
A minha esfumada solidão...
Este rodopio de vento, areia e pensamentos...
Sento-me na fria areia,
a olhar-te,
a ti, mar!!
Procuro aqui, algo que já não tenho...
Algo que apenas perdi...
Falo com ele...
Não me responde, mas ao menus não permanece naquele silêncio cortante e doloroso...
Tranquilidade, Calma, Paz... alguma Segurança...
É o que procuramos,
Eu e a minha companhia...
Eu e as cinzas, que voam já, do meu cigarro...
Molho os pés.
Está tanto frio... sinto-os gelar.
Ondas mais violentas empurram-se nas minhas pernas...
Como é gélida esta água...
Vou caminhando então á beira dela,
deixando que esta apague as minhas efémeras marcas nesta vida de areia...
O vento gelado liberta-me as lágrimas ao bater-me na cara.
Respiro-o...
Devagar...
Expiro as más energias...
Deixo sair, por agora, com elas esta mágoa que me atormenta...
"Não me importo com nada!" digo-te.
Hoje não me importo com mais nada...
Se tiver que assim ser hoje...
Se estiver condenada ( a hoje) ... não ter mais nada...
Conformo-me...
Hoje, não me importo de ficar contigo para sempre...
ficar apenas eu e a minha esfumada solidão...
sábado, fevereiro 03, 2007
Desespero
"Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.
Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.
Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero. "
Ary dos Santos
sexta-feira, janeiro 26, 2007
o mundo é meu!!
"O relógio luta comigo como david e golias
Tempo passa e vai passando, queimando as fantasias
Curso quase acabado, contracto assinado
Não pacto comigo, sigo à procura do meu fado
Não quero pôr a máscara, vestir um fato, obrigado
Sou soldado, não uso gravatas como camuflado
O segredo gravado, há fantasmas que me perseguem
Nem as palavras conseguem explicar o que não percebem
Decepcionadas do evento, o meu próprio nascimento
Tenho descoberto que o mundo não tá aberto um momento
Aguardo, nunca hei-de baixar a guarda e resisto
Já tinha dito, o mundo é meu, por isso não desisto..."
"Senso Comum", Mind da Gap
sábado, janeiro 20, 2007
Tanto e tão pouco...
Vasculhando pelos escombros desta explosão... procuro algum nexo, alguma razão, algum motivo real para continuar, para não mandar foder tudo isto que me está entranhado na pele e se desenvolve como um vírus raro… que me suga a vontade de ser.
Um bolso cheio de tudo e outro de um tão forte nada…
Por um lado desabafo o que me dói… desejo o que não existe, e talvez nunca tenha existido em mais lado algum que não na minha cabeça… desejo que me desejes… desejo que me queiras… como eu a ti te quero… te quis e quererei… desejo que me ames… como talvez sempre o fizeste… ou como mais provavelmente nunca o sentiste …talvez (mais uma vez) apenas na minha cabeça…
Desejo sentir-me algo… além deste vazio que carrego e arrasto por cada penoso dia de existência…
Desejo sentir-me “desejada”… amada… ansiada… tocada… sentida… respirada… puxada… acarinhada…
Desejo sentir-me útil… ser-te útil… fazendo com que este obstáculo não interfira… mas…
Erro a toda a hora… faço e digo o que sinto quando não devo, tenho um invulgar dom de destruir tudo aquilo que toco… Tenho a estranha capacidade de fazer acontecer exactamente o oposto do que desejo… Consigo corroer-me por dentro com coisas que acreditei ser capaz rejeitar… (mas que na realidade nunca quis negar)…
Palavras e mais palavras em redor de algo que quero dizer de modo curto, rude e intenso… que preciso deitar cá para fora… mas a minha deteriorada força nega-se então…
Rasgam-se ao pouco os pequenos pedaços de mim… queimam-se ao ver que apesar de tanto, de tudo aquilo que me foi ofertado… de tudo dei cabo… tenho apenas um grande vazio, de intensos breves instantes que não chegaram para se afirmarem em ti… como o foram (e sempre o foram) em mim…
dói-me tudo o que não tenho, o que tenho e nunca me deixarás ter… que nunca me darás… que nunca me deixarás dar-te…(aperto-te em meus olhos com a mesma vontade com que choro…) os meus ataques de pânico impedem-me de respirar… mas faço-o, entre estúpidas lágrimas e inúteis soluços, e questiono-me “porquê?”… talvez não seja aquilo que realmente precises, gostes, queiras, sintas…
talvez…
tanto e tão pouco…
é tudo o que sei dizer…é tudo o que sinto!
afinal a insegurança é a minha maior “qualidade”…
Um bolso cheio de tudo e outro de um tão forte nada…
Por um lado desabafo o que me dói… desejo o que não existe, e talvez nunca tenha existido em mais lado algum que não na minha cabeça… desejo que me desejes… desejo que me queiras… como eu a ti te quero… te quis e quererei… desejo que me ames… como talvez sempre o fizeste… ou como mais provavelmente nunca o sentiste …talvez (mais uma vez) apenas na minha cabeça…
Desejo sentir-me algo… além deste vazio que carrego e arrasto por cada penoso dia de existência…
Desejo sentir-me “desejada”… amada… ansiada… tocada… sentida… respirada… puxada… acarinhada…
Desejo sentir-me útil… ser-te útil… fazendo com que este obstáculo não interfira… mas…
Erro a toda a hora… faço e digo o que sinto quando não devo, tenho um invulgar dom de destruir tudo aquilo que toco… Tenho a estranha capacidade de fazer acontecer exactamente o oposto do que desejo… Consigo corroer-me por dentro com coisas que acreditei ser capaz rejeitar… (mas que na realidade nunca quis negar)…
Palavras e mais palavras em redor de algo que quero dizer de modo curto, rude e intenso… que preciso deitar cá para fora… mas a minha deteriorada força nega-se então…
Rasgam-se ao pouco os pequenos pedaços de mim… queimam-se ao ver que apesar de tanto, de tudo aquilo que me foi ofertado… de tudo dei cabo… tenho apenas um grande vazio, de intensos breves instantes que não chegaram para se afirmarem em ti… como o foram (e sempre o foram) em mim…
dói-me tudo o que não tenho, o que tenho e nunca me deixarás ter… que nunca me darás… que nunca me deixarás dar-te…(aperto-te em meus olhos com a mesma vontade com que choro…) os meus ataques de pânico impedem-me de respirar… mas faço-o, entre estúpidas lágrimas e inúteis soluços, e questiono-me “porquê?”… talvez não seja aquilo que realmente precises, gostes, queiras, sintas…
talvez…
tanto e tão pouco…
é tudo o que sei dizer…é tudo o que sinto!
afinal a insegurança é a minha maior “qualidade”…
sexta-feira, janeiro 12, 2007
"(...) Tenho as duas mãos fechadas,
erguidas para a tempestade...
mas em ambas apenas seguro esta tristeza,
esta solidão...
duas mãos cheias de silêncio...
cruel,
duro,
inexplicavelmente frio.
Alivio momentâneo...
sinto-o quando estou entre o sono e o acordar...
mas apenas aí...
o sono é tão instável...
o acordar doloroso... (...)"
sábado, janeiro 06, 2007
Foda-se… perguntas, perguntas e mais perguntas… todas elas sem resposta, troco perguntas por um vazio de ódio e raiva, de impotência e desespero, um silêncio que esmaga a minha garganta a cada segundo que passa… como se uma mão fosse, desmesuradamente forte, que sem grande esforço aperta entre os seus dedos um pedaço de carne, impedindo-o de respirar… é este o silêncio que sinto!!!
Mato-me aos poucos… desta vez já nem é por querer… é porque é… porque assim acontece… mato-me sozinha sem mexer uma palha!!! Tenho fisicamente um corpo… o meu… mas já não me resta mais nada, não me resta de mim nenhuma parte sã… senão este corpo aparentemente saudável… doente, corroído… odiável, desprezível… miseravelmente só… triste, tão infeliz que apenas a um silêncio têm direito…
Foda-se para isto tudo!!!
Para que escrevo eu?! Já sei que nunca me sinto melhor quando páro… apesar de nunca querer parar… para que insisto? Palavras talvez nunca lidas… fechadas numa gaveta qualquer… desbotando a sua tinta pela humidade natural entranhada lá… no fundo do baú fechado apenas a uma chave… comum a alguém que parece que a perdeu… eu perdi a minha, mas deixei-o aberto… não sou capaz de o fechar… não quero… quero arejar, deixar respirar tudo aquilo que lá guardo… não quero deixar morrer também por asfixia tudo isto (como eu) … que estou para aqui para aqui a dizer?!... mesmo que quisesse matar tudo… queimar… rasgar… despedaçar… estilhaçar… partir tudo… nunca conseguiria… continuo com a mania que tenho um certo controlo em qualquer coisa…
Quero mandar tudo p’ro caralho… desapareçam-me da frente… quero estar sozinha!! Quero companhia… tenho medo deste silêncio! Não sei enfrentá-lo sozinha… não sei, não sei e tenho medo…
Não quero chorar… “então porque o fazes?”… tristes!! Como se o meu querer de algo valesse… São todos uns tristes… uns tristes ignorantemente felizes, talvez por não descobrirem que de nada vale querer… talvez nunca descubram! Invejo-os por isso… a todos, por não ser tão vagamente normal… tão vagamente feliz… tão vagamente humana… e por não apenas vagamente existir… como eles!!
Quero desaparecer de perto da multidão, quando lá estou… quando estou sozinha, preciso tanto de não o estar… sinto-me completamente louca! Que faço comigo?! Expludo de felicidade por algo vulgar… e no segundo a seguir choro desesperadamente como se o mundo acabasse ali mesmo…
Sem atribuir culpas… (rio-me ironicamente) culpo esse silêncio cruel… culpo-me talvez a mim por não ser digna de mais nada que não isto… um silêncio amargamente cruel!!!
Mato-me aos poucos… desta vez já nem é por querer… é porque é… porque assim acontece… mato-me sozinha sem mexer uma palha!!! Tenho fisicamente um corpo… o meu… mas já não me resta mais nada, não me resta de mim nenhuma parte sã… senão este corpo aparentemente saudável… doente, corroído… odiável, desprezível… miseravelmente só… triste, tão infeliz que apenas a um silêncio têm direito…
Foda-se para isto tudo!!!
Para que escrevo eu?! Já sei que nunca me sinto melhor quando páro… apesar de nunca querer parar… para que insisto? Palavras talvez nunca lidas… fechadas numa gaveta qualquer… desbotando a sua tinta pela humidade natural entranhada lá… no fundo do baú fechado apenas a uma chave… comum a alguém que parece que a perdeu… eu perdi a minha, mas deixei-o aberto… não sou capaz de o fechar… não quero… quero arejar, deixar respirar tudo aquilo que lá guardo… não quero deixar morrer também por asfixia tudo isto (como eu) … que estou para aqui para aqui a dizer?!... mesmo que quisesse matar tudo… queimar… rasgar… despedaçar… estilhaçar… partir tudo… nunca conseguiria… continuo com a mania que tenho um certo controlo em qualquer coisa…
Quero mandar tudo p’ro caralho… desapareçam-me da frente… quero estar sozinha!! Quero companhia… tenho medo deste silêncio! Não sei enfrentá-lo sozinha… não sei, não sei e tenho medo…
Não quero chorar… “então porque o fazes?”… tristes!! Como se o meu querer de algo valesse… São todos uns tristes… uns tristes ignorantemente felizes, talvez por não descobrirem que de nada vale querer… talvez nunca descubram! Invejo-os por isso… a todos, por não ser tão vagamente normal… tão vagamente feliz… tão vagamente humana… e por não apenas vagamente existir… como eles!!
Quero desaparecer de perto da multidão, quando lá estou… quando estou sozinha, preciso tanto de não o estar… sinto-me completamente louca! Que faço comigo?! Expludo de felicidade por algo vulgar… e no segundo a seguir choro desesperadamente como se o mundo acabasse ali mesmo…
Sem atribuir culpas… (rio-me ironicamente) culpo esse silêncio cruel… culpo-me talvez a mim por não ser digna de mais nada que não isto… um silêncio amargamente cruel!!!
quinta-feira, janeiro 04, 2007
sou...
sou apenas um fantasma daquilo que julguei ser...
sou apenas um bocado de nada cheio de uma força oca...
sou apenas um fraco bocado de carne mais morta que ontem...
sou apenas uma fraqueza...
sou apenas algo débil...
sou apenas uma sombra...
sou apenas uma face triste...
sou apenas um corpo vazio...
sou apenas algo que aspira ser um "ser" vagamente feliz...
sou apenas um bocado de consciência consumida... que desejava não o ser
sou apenas um estilhaço de um sonho incomparavelmente perfeito, entranhado na carne de um corpo sem vontade…
sou apenas um espelho de coisas más…
sou apenas uma imagem feia…
sou apenas um pensamento amargurado…
sou apenas uma lágrima estagnada…
sou apenas uma insónia interminável…
sou apenas uma criança mimada que pede colo…
sou apenas algo dependente…
sou apenas uma fachada oca…
sou apenas uma alegria podre…
sou apenas uma vaga penumbra…
sou apenas um vulto perdido…
sou apenas algo esquecido…
sou apenas um pequenino pedaço frágil de brilho tímido...
sou apenas um insignificante anjo perdido vagueando pela noite, procurando as restantes penas das suas asas esfarrapadas pela solidão…
sou…
apenas sou um bocado de nada esquartejado pela dúvida de um silêncio áspero…
terça-feira, janeiro 02, 2007
Insónia...
...afogo-me
no meio desta calma serenidade insatisfeita de lodo, afogo-me ao tentar sair dela... tento chegar a uma margem, mas gasto energicamente a minha força e ela parece divertir-se fugindo de mim...
estou exausta, não consigo toca-la por muito que tente esticar-me, e que mais não seja arranhá-la...chegar-lhe, tocar-lhe para me amparar um pouco, ou empurrar-me ainda mais para o centro!!Que impotência!!
tento não desistir... mas o meu corpo pede-me o contrário.. Pede-me descanso...
tento ainda uma ultima vez.. tem que ser desta, ou então não... tento chegar-te... mas estou tão longe!! sinto as algas, quase como cordas prendendo-me os pés... vão-me enrolando a cintura... cada vez apertam mais, sobem-me pelo corpo, dão-me voltas, envolvem-me o pescoço, puxando-me para baixo, asfixiando-me aos poucos... olho-te ainda uma ultima vez... oh margem... parece que te ris... oiço-te chamando-me tonta...
que queres com isso dizer?
"desiste porque não consegues chegar até mim..." ?! "eu não valho a pena..."?!!! "é impossível" ?!
é isto que queres dizer?
é isso que julgas?
é isso em que queres acreditar?
é disso que precisas?
por agora não resisto mais... rendo-me a estas amarras... deixo que me puxem pacificamente até ao fundo deste lodo onde já não me movo...
fecho os olhos...
inspiro uma ultima vez, um ar solto mas imundo...
e então vou ao fundo...
envolvida por esta coisa estranha... fria...suja...negra...............cansada...
aguento o ar dentro dos pulmões o mais que posso... mas não posso mais, até o seu sabor é horrível!!
solto-o aos pouos...
abro os olhos e vejo-o sair...
vejo as bolhas dançando lentamente, baralhando-se com o seu rumo a tomar....
e vão para a superfície...
uma a uma...
fico sem ar...
deixo-me afogar...
respiro esta incógnita matéria liquida que me envolve...
as lágrimas vêm aos meus olhos por causa desta sua acidez...mas misturam-se
já não respiro, já não resisto, já não me mexo, já não fujo!!!!
mas ainda vejo... ainda consigo ver e o cérebro parece que também não se afoga ao mesmo tempo que os pulmões... a alma ainda está comigo... estranhamente!
mas não vejo ninguém... nunca ninguém se afogou aqui antes... ou pelo menos recentemente, talvez já tenham sido corroídos os corpos por todo este ácido...que já sinto chegar-me aos ossos...
olhos... não vejo nada... a escuridão é cada vez maior... acho que vou então fechá-los!!
no meio desta calma serenidade insatisfeita de lodo, afogo-me ao tentar sair dela... tento chegar a uma margem, mas gasto energicamente a minha força e ela parece divertir-se fugindo de mim...
estou exausta, não consigo toca-la por muito que tente esticar-me, e que mais não seja arranhá-la...chegar-lhe, tocar-lhe para me amparar um pouco, ou empurrar-me ainda mais para o centro!!Que impotência!!
tento não desistir... mas o meu corpo pede-me o contrário.. Pede-me descanso...
tento ainda uma ultima vez.. tem que ser desta, ou então não... tento chegar-te... mas estou tão longe!! sinto as algas, quase como cordas prendendo-me os pés... vão-me enrolando a cintura... cada vez apertam mais, sobem-me pelo corpo, dão-me voltas, envolvem-me o pescoço, puxando-me para baixo, asfixiando-me aos poucos... olho-te ainda uma ultima vez... oh margem... parece que te ris... oiço-te chamando-me tonta...
que queres com isso dizer?
"desiste porque não consegues chegar até mim..." ?! "eu não valho a pena..."?!!! "é impossível" ?!
é isto que queres dizer?
é isso que julgas?
é isso em que queres acreditar?
é disso que precisas?
por agora não resisto mais... rendo-me a estas amarras... deixo que me puxem pacificamente até ao fundo deste lodo onde já não me movo...
fecho os olhos...
inspiro uma ultima vez, um ar solto mas imundo...
e então vou ao fundo...
envolvida por esta coisa estranha... fria...suja...negra...............cansada...
aguento o ar dentro dos pulmões o mais que posso... mas não posso mais, até o seu sabor é horrível!!
solto-o aos pouos...
abro os olhos e vejo-o sair...
vejo as bolhas dançando lentamente, baralhando-se com o seu rumo a tomar....
e vão para a superfície...
uma a uma...
fico sem ar...
deixo-me afogar...
respiro esta incógnita matéria liquida que me envolve...
as lágrimas vêm aos meus olhos por causa desta sua acidez...mas misturam-se
já não respiro, já não resisto, já não me mexo, já não fujo!!!!
mas ainda vejo... ainda consigo ver e o cérebro parece que também não se afoga ao mesmo tempo que os pulmões... a alma ainda está comigo... estranhamente!
mas não vejo ninguém... nunca ninguém se afogou aqui antes... ou pelo menos recentemente, talvez já tenham sido corroídos os corpos por todo este ácido...que já sinto chegar-me aos ossos...
olhos... não vejo nada... a escuridão é cada vez maior... acho que vou então fechá-los!!
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