sábado, janeiro 20, 2007

Tanto e tão pouco...

Vasculhando pelos escombros desta explosão... procuro algum nexo, alguma razão, algum motivo real para continuar, para não mandar foder tudo isto que me está entranhado na pele e se desenvolve como um vírus raro… que me suga a vontade de ser.
Um bolso cheio de tudo e outro de um tão forte nada…
Por um lado desabafo o que me dói… desejo o que não existe, e talvez nunca tenha existido em mais lado algum que não na minha cabeça… desejo que me desejes… desejo que me queiras… como eu a ti te quero… te quis e quererei… desejo que me ames… como talvez sempre o fizeste… ou como mais provavelmente nunca o sentiste …talvez (mais uma vez) apenas na minha cabeça…
Desejo sentir-me algo… além deste vazio que carrego e arrasto por cada penoso dia de existência…
Desejo sentir-me “desejada”… amada… ansiada… tocada… sentida… respirada… puxada… acarinhada…
Desejo sentir-me útil… ser-te útil… fazendo com que este obstáculo não interfira… mas…
Erro a toda a hora… faço e digo o que sinto quando não devo, tenho um invulgar dom de destruir tudo aquilo que toco… Tenho a estranha capacidade de fazer acontecer exactamente o oposto do que desejo… Consigo corroer-me por dentro com coisas que acreditei ser capaz rejeitar… (mas que na realidade nunca quis negar)…
Palavras e mais palavras em redor de algo que quero dizer de modo curto, rude e intenso… que preciso deitar cá para fora… mas a minha deteriorada força nega-se então…
Rasgam-se ao pouco os pequenos pedaços de mim… queimam-se ao ver que apesar de tanto, de tudo aquilo que me foi ofertado… de tudo dei cabo… tenho apenas um grande vazio, de intensos breves instantes que não chegaram para se afirmarem em ti… como o foram (e sempre o foram) em mim…
dói-me tudo o que não tenho, o que tenho e nunca me deixarás ter… que nunca me darás… que nunca me deixarás dar-te…(aperto-te em meus olhos com a mesma vontade com que choro…) os meus ataques de pânico impedem-me de respirar… mas faço-o, entre estúpidas lágrimas e inúteis soluços, e questiono-me “porquê?”… talvez não seja aquilo que realmente precises, gostes, queiras, sintas…
talvez…
tanto e tão pouco…
é tudo o que sei dizer…é tudo o que sinto!
afinal a insegurança é a minha maior “qualidade”…

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